A diferença entre estar e ser



A diferença entre estar e ser depende do sujeito da história. Estar, todos estão. Ser é uma questão de escolha. Escolha significa, no dicionário, decidir por uma opção, escolher um caminho ou coisa. Nem sempre fazemos as escolhas conscientes. Neste caso “estamos” escolhendo impulsionados por necessidades, as quais, não equivalem aos nossos anseios verdadeiros. Agimos equivocadamente e somos levados pela corrente. Decidimos e não sabemos que a escolha não foi nossa.
O consumismo é assim. No consumismo temos um ótimo exemplo da não escolha. As crianças, por exemplo, são induzidas a desejos por brinquedos e novidades entre os intervalos dos desenhos que não traduzem o ser infantil. A infância é um momento único. Na etapa infantil, até os sete primeiros anos, o potencial criativo, a referência de relações saudáveis e convivência são essenciais. No adulto, não muito diferente, o modelo de carro, o padrão de roupa, o lugar que frequenta definem um papel social que, talvez, não seja aquilo que verdadeiramente se deseja.
Somos, desde cedo, incentivados a não demostrar nossas potencialidades, nossos recursos intrínsecos, nossas opiniões. A opinião sincera leva ao diálogo e no diálogo novas elaborações são propostas. O Ser em existência real se correlaciona com a mudança, o crescimento e evolução do espírito humano. A definição do SER exige muita responsabilidade. Lemos em Hamlet, uma obra de Shakespeare (1564-1616);
“Ser ou não ser, eis a questão”. Será mais nobre sofrer na alma pedradas e flechadas do destino feroz ou pegar em armas contra o mar de angústias...”
Percebemos que SER é também gerador de angústia, ansiedade e talvez, medo. Porém; a cada percepção mais profunda de si mesmo estes sintomas diminuem porque assumimos o desejo que nos move. Deixamos de repetir eternamente as mesmas coisas que nos causam mal estar. Conhecer as suas necessidades nos livra das escolhas banais e impulsivas. Nos liberta de muitas decisões equivocadas e com consequências ruins.
A percepção de si não vem do barulho; ela se revela nos momentos mais simples. Na alimentação tranquila e pausada, na observação da natureza, nas relações mais próximas e contato com as artes e literatura. Música de qualidade, exercícios leves são elementos que nos apoiam no encontro do nosso ser.
O nosso corpo é nosso maior patrimônio! Nele habita o espírito humano que só se eleva ao sermos mais cuidadosos com aquilo que escolhemos. Afinal a felicidade é uma questão de ser e não de ter.

Boa reflexão!

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